TDAH

Não adianta se revoltar: quanto antes iniciar um tratamento, melhor!

TDAH é um transtorno mental ligado ao neurodesenvolvimento infantil, em que existe predisposição genética a determinadas falhas na construção da arquitetura anatômica cerebral.

Tais falhas estarão integradas às redes neurais, provocando alterações da ATENÇÃO, PSICOMOTRICIDADE e IMPULSIVIDADE.

Em nossa civilização atual, falhas nas funções executivas cerebrais causam fortes impactos individuais.

Diversas pesquisas apontam que 50 a 80% dos indivíduos com TDAH têm um parente de primeiro grau afetado. Isso torna o TDAH a doença psiquiátrica mais genética de todas, a mais explicitamente biológica de todas.

Não adianta se lamuriar, ou culpar a hereditariedade dos pais, isso não resolverá o problema.

É preciso aceitar a condição o mais rápido possível para, assim, iniciar o fortalecimento de outras habilidades que possam minimizar os impactos da fragilidade estrutural do cérebro.

Quanto mais cedo começar, melhor será o prognóstico de qualidade de vida no futuro.

Esteja preparado para empenhar maior esforço na realização de determinadas tarefas e escolha sabiamente sua profissão e cônjuge. A vida não é fácil. A felicidade não é espontânea.

Com a orientação de profissionais de saúde você poderá acelerar este processo, reduzindo possíveis limitações, e ampliando sua autoestima e autoconfiança, características pessoais intimamente relacionadas aos fatores motivacionais que nos mantém no caminho da realização de nosso sentido da vida.

O tratamento farmacológico é, talvez, o de maior eficiência na psiquiatria, obtendo respostas terapêuticas em torno de 90% dos portadores, mudando sobremaneira a história de vida destas pessoas.

TDAH

Chega de negar o TDAH

Embora seja uma doença identificada há mais de cem anos, ainda hoje é cercada de mitos e desconfianças por parte da sociedade e de profissionais desatualizados.

As pessoas com TDAH se queixam de:
• Dificuldade para se concentrar mais que poucos minutos;
• Desorganização espacial em suas casas, ambiente de trabalho, etc.;
• Desorganização mental em suas ideias;
• Inabilidade no controle emocional e na manutenção da motivação frente ao enfrentamento de problemas aparentemente de fáceis soluções;
• Fracassos em relacionamentos amorosos devido à inferência do cônjuge quanto a falta de comprometimento e dedicação, comprovados por esquecimentos de compromissos e celebrações.

Listo abaixo algumas perguntas que, quando positivas, podem levantar a suspeita de quadros de TDAH.

Recomendo que, caso responda sim para a maioria das perguntas, procure um profissional de saúde mental para avaliação.

No período em que trabalhei na UNIFESP, cuidando exclusivamente de alunos, tive o privilégio de acompanhar o enorme desenvolvimento das centenas de estudantes comparando o antes e depois do tratamento do TDAH, tendo a possibilidade objetiva de verificar seus desempenhos acadêmicos antes e durante o tratamento.
O testemunho mais frequente era que suas vidas se dividiam em antes e depois desse. Tratamento, tamanha a diferença que os próprios percebiam.
Para mim é motivo de orgulho ter acompanhado dezenas deles que, após a graduação, foram aceitos em programas de pós-graduação nas melhores universidades do mundo. Pessoas que antes se achavam inferiores, às vezes incapazes, com uma justificável baixa autoestima se transformaram naquilo que verdadeiramente poderiam, liberando todo o potencial humano aprisionado pela doença.

TDAH

Sinais do TDAH, quais são?

É perceptível já na primeira infância. Os sinais mencionados acima vão aumento gradualmente conforme as exigências de maior atenção surgem, cresce a necessidade de ficar quieto (a) ou imóvel, e conter as emoções. Todo adulto com TDAH obrigatoriamente foi uma criança com TDAH. Sinais e sintomas semelhantes aos do TDAH que surgem na idade adulta, em indivíduo previamente saudáveis, serão classificados como outros tipos de patologias, e terão outros tipos de tratamentos.

Dificuldade de controlar os impulsos. Falha na capacidade de protelar gratificações desejadas. A pessoa não consegue parar e pensar antes de agir, não consegue esperar a sua vez em uma conversa, reunião ou jogo.

 Desperdício de tempo e energia em pensamentos ou atividades irrelevantes para a tarefa almejada. Muitas vezes mantém movimento corporal contínuo, desnecessário e involuntário. Uma inquietação nos pensamentos pode ocorrer sem que seja perceptível às outras pessoas.

 Baixa capacidade de concentração ou pouca motivação na realização das atividades. Percebidas de modo mais intenso em atividades enfadonhas, demoradas ou desagradáveis. Frequentemente abandonam a atividade antes do fim, ou necessitam de supervisão direta para sua continuidade.

 Dificuldade de recordar o que planejava fazer. A memória de trabalho está prejudicada devido a menor fixação de novas informações decorrentes da falta de atenção. Muitas vezes, o processo volitivo de planejamento de ações está preservado mas, no caminho entre planejar e agir, esquecem o objetivo. Pode se manifestar através de faltas ou atrasos aos compromissos. Dificilmente organizam bem o seu tempo ou fazem planos a longo prazo.

Desenvolvimento atrasado da habilidade de metaconsciência (pensar sobre seus próprios pensamentos e emoções. Dificuldade para conversar consigo e tomar decisões mediante ampla reflexão. Pode ser exteriorizado pela dificuldade de seguir regras, rotinas e obrigações educacionais ou profissionais.

Ausência de gestão das emoções. Geralmente não conseguem inibir emoções que não gostariam de expressar em público, ou moderar as emoções de acordo com o ambiente social em que estão. A dificuldade de manejo emocional também se reflete em prejuízos na capacidade motivacional direcionada às atividades.

Capacidade reduzida na resolução de problemas. Frente aos obstáculos que surgem durante a execução de um projeto, o indivíduo com TDAH tem menor flexibilidade na criação mental de possíveis soluções, desenvolvendo o comportamento de desistir mais rapidamente.
Grandes oscilações de desempenho acadêmico e profissional. Frequentemente, decorrente de maior impulsividade e menor motivação que interfere na qualidade, quantidade, e tempo dedicado as atividades rotineiras.

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Tratamento para TDAH muda o quê?

Ao longo das décadas de experiência clínica com portadores de TDHA, ouvi muitos relatos de efeitos terapêuticos, sendo mais comum os seguintes:

Por ser uma doença crônica no adulto, é necessário manter o tratamento de modo regular, com reavaliações rotineiras. Pelo fato dos estimulantes serem fármacos com potencial de abuso e de efeitos colaterais relevantes, o período entre as reavaliações não deve ser superior há 3 meses. Sendo que, a fase de ajuste medicamentoso, pode ocorrer a cada uma ou duas semanas.

TDAH

Medicar ou não medicar? Eis a questão!

O uso de estimulantes é a primeira linha de tratamento farmacológico para o TDAH.
Os estimulantes são uma classe farmacológica que reúne uma série de prós e contras e, devido ao potencial de abuso, há uma série de medidas de segurança.

As prováveis vantagens do uso em doses adequadas são melhora de:
• Controle inibitório;
• Controle dos estímulos;
• Controle executivo;
• Gestão emocional;
• Coordenação motora.

De modo abrangente, a medicação promove redução das limitações impostas pela doença, ampliando a qualidade de vida, além de prevenir a baixa autoestima.

As prováveis desvantagens do uso em doses adequadas são: dificuldade para iniciar o sono noturno, redução do apetite, aumento da tensão muscular, aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, aumento do nervosismo e cefaleia.

As prováveis desvantagens do uso em doses exageradas, ou em pessoas sem o TDAH:
sensação química de prazer que estimula o uso repetitivo em doses cada vez maiores.
Sensação de euforia que atrapalha a capacidade de julgamento na tomada de decisões, de modo que a pessoa corre mais riscos que o seu habitual.

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